terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Preciso encontrar os cristãos perseguidos porque... (7)

... eles me ajudam a superar o meu medo da morte
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Há um livro famoso chamado “A Negação da Morte”, de Ernest Becker. Esse livro é sua afirmação de que todo o mundo ocidental é, na verdade, um gigantesco parque de diversões, preparado para nos distrair de encarar o fato de que todos nós morreremos um dia.

Pensar na morte é tudo, menos proibido. Preparar-se para ela é visto como um sinal de morbidade. Organizamos para que os idosos morram fora de nosso alcance, em asilos e hospitais. Nosso entretenimento nunca menciona isso. Grandes empresas multinacionais se dedicam à produção de produtos que prometem retardar os efeitos do envelhecimento, de cremes antirrugas a cirurgia plástica.

As pessoas pensam que não há maior tragédia no mundo moderno do que morrer antes de ficar velho. Quando a princesa Diana foi morta em 1997, lembro-me de meus amigos murmurando em descrença: “Como ela pode morrer aos 36 anos de idade? Ninguém deveria morrer aos 36 anos”.

Inevitavelmente, quando estamos com muito medo de enfrentar a morte, acabamos sendo escravos dela. Até mesmo os cristãos podem mostrar o mesmo temor como os outros. Mas, um encontro com os perseguidos pode contribuir para difundir essa sensação de pavor.

Ao longo de vinte anos de relatórios sobre a Igreja Perseguida, eu entrevistei centenas de cristãos que pensavam que iam morrer devida sua fé. Todos eles – e eu realmente quero dizer: todos eles – exibiram duas características surpreendentes:

1. Eles experimentaram a paz e a alegria indescritível, no meio da dor, quando começaram a sentir a morte se aproximar.
2. Eles estavam tão surpresos quanto qualquer um em não ter medo da morte.
Tome como exemplo o pastor You Yong, que foi sequestrado por extremistas islâmicos, em dezembro de 2001. Furiosos que sua igreja estava cheia de muçulmanos convertidos, os extremistas o encheram de perguntas, tentando provocá-lo para atacá-los. Eles o espancaram e, por fim, o ameaçaram encostando um longo facão em sua garganta. Ele entendeu que estava prestes a morrer. Mas o que estava acontecendo internamente? Mais profundo do que toda a dor ou o medo, o pastor Yong disse:

“Fiquei surpreso porque durante toda a provocação senti uma paz incrível. Eu também estava surpreso com as respostas que eu era capaz de dar a eles. Esse versículo se tornou realidade: ‘Mas quando os prenderem, não se preocupem quanto ao que dizer, ou como dizer. Naquela hora lhes será dado o que dizer.’ Mateus 10.19 . Quanto mais eles tentavam me provocar, mais paz eu sentia”.
Eu me lembro de um pastor da União Soviética, que viu seu filho sendo espancado até a morte pela KGB na frente de seus olhos, porque ele se recusou a revelar a localização de sua empresa subterrânea. Isso foi mais do que um pai poderia suportar. Ele assistiu o espancamento tornar-se mais brutal, ouvindo os ossos de seu filho quebrar. Ele disse:
"Eu pensei que eles fossem parar, mas eles continuaram. Senti os golpes como se fossem em mim e, quando eu finalmente percebi que eles pretendiam espancá-lo até a morte, eu quase gritei 'Pare, poupe meu filho, eu lhes contarei tudo’.”

Mas, antes que ele pudesse abrir a boca, seu filho gritou: “Não diga nada a eles, pai. Eu consigo ver Jesus vindo, e Ele é lindo”. Anos depois, o pai disse: “Lembro-me de meu espanto com o que eu estava sentindo enquanto meu filho morria. Senti-me tão grato que meu filho estava indo ao encontro de Jesus. Não, era mais poderoso do que isso. Fiquei com inveja. Ainda não consigo entender isso. Jesus estava tão perto que mesmo a pior tragédia do mundo poderia ser sentida como uma bênção”.
Assim, quando a morte chega, mesmo em formas mais cotidianas – quando o avião atinge violentamente o chão, ou os resultados da verificação de suspeita de câncer são positivos - lembro-me das experiências de meus amigos perseguidos e sou fortalecido a pensar “Se eles têm estado onde estou prestes a ir, e ainda testemunham que Jesus é lindo, e que ele dá paz inexplicável, bem, não é nenhuma tragédia trilhar este caminho de sucesso. Suas experiências em face da morte me ajudam a espantar todo esse medo”.

Claro, eu sei de tudo isso através da Bíblia, onde Paulo diz que estar com Cristo é “muito melhor”. E eu li aquela passagem maravilhosa em Atos 7, quando Estevão tem o rosto de um anjo mesmo sendo apedrejado até a morte. Mas, a verdade vem com mais força quando uma pessoa de carne e sangue, que tem enfrentado a morte, coloca seus braços em volta de você e diz: “Você terá paz e Jesus estará com você no meio de tudo isso”. A morte não pode ser tão ruim, já que Jesus é tão grande!

O texto acima foi retirado do livro “15 razões por que precisamos ter um encontro com a Igreja Perseguida” (tradução livre), de Ron Boyd-MacMillan, diretor estratégico da Portas Abertas Internacional.
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoTamires Marques

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