A vila síria de Maaloula é um dos únicos lugares do mundo que mantém vivo o aramaico, a língua falada por Jesus Cristo. Mas diante da guerra civil e do caos instalado no país, os cristãos que vivem na aldeia se mudaram para Damasco colocando em risco não só a língua, mas toda uma cultura.
A Unesco está preocupada com o fim do idioma e já havia criado um programa para preservá-lo como explica a síria Najwa Safar Seif, que mora no Brasil.
“A língua é falada em Maaloula. Não é escrita. O governo havia criado um programa em parceria com a Unesco para preservar o idioma por meio de aulas e estudos. Agora não sei o que vai acontecer”, disse ela.
Os cristãos estão fugindo dos extremistas islâmicos que lutam contra o regime de Bashar al-Assad. A guerra já entra em seu terceiro ano e não há sinais de trégua. “Os cristãos não temem cidadãos muçulmanos, mas extremistas de vários países que se uniram aos rebeldes na luta contra o governo”, explica o jornalista libanês que está refugiado em Damasco.
Ele diz que há muitos muçulmanos nas aldeias vizinhas que estão acolhendo os cristãos que estão fugindo de Maaloula.
Mas esse cenário de solidariedade contrasta com a morte de cristãos, considerados apoiadores de al-Assad, recentemente três jovens cristãos foram assassinatos e na segunda-feira (2) 12 freiras que lideravam um orfanato em Maaloula e as crianças foram sequestradas.
O grupo Frente al-Nursa – ligado à rede terrorista al-Qaeda – está por trás dos assassinatos e do sequestro. “A cidade é cercada por rochas e possui apenas duas entradas. Uma delas estava bloqueada pelo Exército sírio. Um insurgente explodiu a barreira com um carro-bomba, e dezenas de militantes entraram na vila, atacando, saqueando e incendiando casas e igrejas”, contou Najwa ao jornal O Globo.
http://noticias.gospelprime.com.br/guerra-siria-acabar-lingua-jesus/
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