terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Preciso encontrar os cristãos perseguidos porque... (4)

... eles me ajudam a lembrar a esperança que temos em Deus quando tudo o que leio nos jornais são más notícias
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Não seria maravilhoso saber qual é, de fato, o propósito de Deus para este mundo? Uma coisa é certa – a história do mundo como nós encontramos nos livros de História e jornais não deve ser confundida com a verdadeira história que Deus está escrevendo em paralelo.

Certa vez, alguém afirmou que a História do mundo é a "minha história". Mas isso é um absurdo. As duas não são a mesma coisa; senão, por que Cristo descreveria o crescimento do reino como um "segredo"? Por trás do que chamamos História e do que lemos o tempo todo – as atitudes de celebridades, as descobertas dos cientistas e as políticas de poder dos atuais impérios dominantes – Deus está, de alguma forma, em algum lugar, construindo o seu reino. Essa é a verdadeira razão por que existe um universo.

Mas o que é a história de Deus diante da História? Quais são os seus desígnios, afinal? As notícias diárias de guerras, assassinatos e desordens que vejo no jornal sempre me abatem. Como posso ter certeza de que algo está acontecendo por detrás? Bem, não podemos saber perfeitamente porque "seus caminhos são muito mais elevados do que os nossos caminhos" (Isaías 55.9). Mas vislumbres nos são oferecidos. Estes vislumbres verdadeiramente animavam os primeiros cristãos. Você pode sentir o contentamento de Paulo quando escreve que o "plano secreto de Deus tem sido agora revelado a nós." (Efésios 1.9). Parece que os cristãos perseguidos recebem mais desses vislumbres do que os outros.

Penso na China. Em junho de 1989, as manchetes noticiavam um terrível massacre: cinco mil jovens eram ceifados pelo exército chinês. As manchetes lamentavam a morte do movimento pró-democracia. Foi terrível, mas qual era o propósito de Deus? Após esse massacre, acontece, pela primeira vez na história, um movimento notável de conversão a Cristo entre os estudantes da China! As manchetes nunca viram isso. Não faz parte da História. Mas é "a história do reino" continuando.

Penso no Afeganistão. Quando a União Soviética invadiu o país em 1980, o mundo ficou indignado. As manchetes denunciavam ferozmente a ação, e com razão. Mas lembro-me que encontrei um missionário de Cabul que disse: "Sim, o que os russos fizeram foi errado, mas o fato é que agora está muito mais fácil para os cristãos evangelizarem do que era antes, com o país sob o regime islâmico". Mais um exemplo significativo de Deus construindo o seu reino passa despercebido pelo mundo.

Penso no Sudão. As manchetes da década de 1980 noticiavam amplamente a terrível guerra civil que isolou as pessoas Dinka do mundo exterior. Foi horrível. Um sofrimento incalculável em grande escala. Mas, por trás de tudo isso, Deus estava trazendo os dois milhões de Dinkas para perto de si. Em 1993, 80% da população era cristã, e isto entre um povo historicamente muito resistente ao evangelho.

Note que todas estas histórias tratam de cristãos perseguidos. Eles estão em melhores condições de compreender a verdadeira história. Preciso me manter em contato com estes vislumbres, porque é o que me livra do desespero. Em 1989, não foi apenas um massacre na China, mas um reavivamento. Em 1980, não foi apenas uma ocupação no Afeganistão, mas novas oportunidades missionárias. Nos últimos vinte anos, não foi apenas uma guerra brutal que matou dois milhões de pessoas no Sudão, mas um novo reino de fiéis erigido no meio de um povo que nunca havia ouvido sobre Jesus.

Assim, sempre que abro meu jornal, lembro-me de duas coisas – graças à Igreja Perseguida: a história que eu vejo não deve ser confundida com a história do reino, e por trás dos acontecimentos, mesmos dos mais tristes, Deus tem algo bom planejado. Há esperança porque Deus sempre está trabalhando.

O texto acima foi retirado do livro “15 razões por que precisamos ter um encontro com a Igreja Perseguida” (tradução livre), de Ron Boyd-MacMillan, diretor estratégico da Portas Abertas Internacional.
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoDaniela Cunha

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