Poucos dias após o exército egípcio reassumir o controle sobre Delga, uma cidade cristã na província de Minya, os cristãos estão avaliando a extensão dos danos que sofreram nas mãos de partidários do ex-presidente Mohamed Morsi.
Delga, uma vila remota localizada no Alto Egito, a cerca de 150 quilômetros ao sul do Cairo, foi uma das mais afetadas quando militantes pró-Morsi culparam os cristãos pela saída da Irmandade Muçulmana do poder, e os atacaram.
Estimativas apontam que, dos aproximadamente 120 mil habitantes da vila, mais de um terço é cristão. Desde o dia 14 de agosto, quando uma onda de violência se espalhou pelo Egito, os cristãos de Delga têm compartilhado que foram abandonados pela polícia e pelas forças de segurança do governo.
Muitas de suas igrejas e negócios foram incendiados; suas casas foram marcadas com um “X” vermelho. Aqueles que não fugiram, se escondiam à medida do possível.
Abraam Abu El-Yameen, clérigo que lidera o monastério incendiado de Santa Maria e Abraão, de mais de 1.600 anos, contou à agência de notícias World Watch Monitorque mais de 150 famílias cristãs abandonaram a vila. Além disso, aqueles que permaneceram estão amedrontados. “Apesar da presença militar e da prisão de mais de 100 membros da Irmandade Muçulmana, os cristãos estão com medo porque receberam muitas ameaças”, ele disse.
“A despeito da intervenção das forças de segurança em Delga, os cristãos ainda são hostilizados por alguns fanáticos; eles atiram pedras nos cristãos dizendo: ‘O exército e a policia não podem protegê-los de nós’”, narrou ele.
O líder cristão disse que são necessárias mais forças de segurança nas ruas de Delga. Comentou também que os cristãos sofreram prejuízos de milhões de libras egípcias, incluindo a profanação de todas as igrejas do vilarejo.
Ayoub Youssef, líder religioso, falou em entrevista à MBC Egito que a vida finalmente “voltou ao normal” para muitos cristãos. Contudo, a contínua presença da polícia fez-se necessária para que os cristãos fossem compensados por suas perdas. Youssef disse ainda que algumas casas ainda não foram restauradas porque “foram totalmente destruídas”.
Ele pediu às autoridades uma investigação pelo assassinato de dois cristãos, Hani Iskandar Thomas e Shafik Zakher. O jornal The Guardian relatou que o corpo de Thomas foi arrastado pela cidade por um trator antes que alguns amigos muçulmanos o enterrassem. Contudo, seu corpo foi desenterrado, e ameaças de morte foram feitas contra qualquer um que quisesse enterrá-lo novamente. No final, a família pagou a alguns vizinhos muçulmanos para que o sepultassem.
O bispo Anba Macarius, responsável pela região de Minya, advertiu em um comunicado que as consequências dos confrontos sectários teriam efeitos duradouros. Em particular, ele advertiu os estudantes cristãos que retornavam às aulas para que se guardassem de possíveis conflitos com seus vizinhos.
“Nós não deixaremos o Egito porque o amamos e somos parte desta terra”, ele disse. “Devemos aconselhar nossos filhos a não lutar e nem revidar contra qualquer ação inimiga. Deus permite que isso aconteça para o nosso bem, ele nos ama e transformará tudo isso em bênção”, concluiu Macarius.
Ajude o Egito, Agora!
A Igreja no Egito passa por dias difíceis. Muitos acreditam que os cristãos foram culpados pelas mudanças no governo e, por isso, têm se vingado, atacando propriedades de cristãos. Você pode socorrer esses irmãos para que continuem firmes em sua fé apesar de toda a opressão. Ore, doe e engaje-se nessa causa. Envolva seus amigos, sua comunidade e sua igreja. Sua doação irá beneficiar cristãos egípcios que precisam reabrir seus negócios, auxiliará aqueles em situação de emergência financeira, além de apoiar espiritualmente a Igreja como um todo.
FonteWorld Watch Monitor
TraduçãoMarcelo Peixoto
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