segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Filhos de cristãos são sequestrados, torturados e decapitados, denuncia líder cristã síria


Filhos de cristãos são sequestrados, torturados e decapitados, denuncia líder cristã síriaFilhos de cristãos são sequestrados, torturados e decapitados na Síria
Em março de 2012, a guerra na Síria completava um ano e ainda não tinha muito espaço na mídia mundial. Mesmo quando o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fez uma denúncia grave: corpos decapitados foram encontrados na cidade de Homs, oeste da Síria.
É inevitável que civis morram durante uma guerra, mas a Rádio da ONU afirmava: “cadáveres de crianças pequenas foram encontrados entre as vítimas no bairro de Karm el-Zeytoun. Alguns tinham marcas de tortura, outros estavam decapitados”. Mesmo assim, a notícia teve pouca repercussão.
Cerca de 18 meses depois, o assunto volta a chamar atenção da imprensa internacional. Desta vez através de uma líder da comunidade cristã local. Em entrevista recente ao Russia Today, Agnes Mariam el-Salib, madre superiora do Mosteiro de St. James em Qara, Síria, disse que está encaminhando um dossiê à Comissão de Direitos Humanos da ONU.
Nele, afirma que a filmagem do suposto ataque químico na Síria é uma armação. Divulgado pelo mundo todo e usado pelos Estados Unidos como justificativa para uma invasão, trata-se de uma tentativa de rebeldes patrocinados pela Al Qaeda justificarem muitas de suas ações terroristas.
Madre Agnes vive na Síria há 20 anos e tem vivido os horrores da guerra desde seu início. Ela reforça o que tem sido amplamente noticiado: os cristãos são os primeiros a morrer quando as tropas rebeldes invadem cidades. Casas queimadas e igrejas queimadas e destruídas, ameaças de que todos que não se converterem morrerão e requintes de crueldade nas execuções.
Em sua recente entrevista a um dos principais sites da Rússia, ela conseguiu expos alguns dos aspectos que, por contrariarem interesses americanos, são ignorados pela mídia ocidental. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia pediu que a comunidade internacional preste atenção às revelações feitas por Agnes Mariam el-Salib.
Segundo ela, os corpos das crianças e adolescentes mostrados nas imagens não poderiam ser vítimas de um mesmo ataque. Um dos motivos para isso é que seus pais e principalmente mães não estão caídos ao lado deles.
Ao mesmo tempo, a comunidade internacional ignorou a matança brutal em Latakia dia 5 de agosto. “O ataque afetou mais de 500 pessoas, incluindo crianças, mulheres e idosos. Foram todos mortos no mesmo ataque rebelde. As atrocidades cometidas ultrapassam todos os limites”, denuncia. Além disso, muitas crianças foram sequestradas para nunca mais serem vistas;
O vídeo mostrando as vítimas do ataque com armas químicas no vilarejo de Gutha em 20 de agosto tem detalhes que passam despercebidos para quem não conhece a realidade síria. Foram cerca de 490 corpos, mas como foi mostrado por vários sites independentes, como o Before It’s News, as crianças não viviam em Gutha, mas são as mesmas sequestradas em Latakia duas semanas antes. Cerca de um mês depois do ocorrido, muitos dos pais que sobreviveram ao massacre as reconheceram no vídeo que rodou o mundo.
De fato, apenas alguns breves artigos no jornal “The Independent” mencionaram o assunto, com pouca repercussão. No Brasil, apenas a revista Carta Capital deu atenção ao fato. Por outro lado, o vídeo divulgado pela Reuters sobre o suposto ataque químico foi manchete de todos os principais órgãos de imprensa do mundo. O ponto principal é que grande parte dos mortos não eram filhos de muçulmanos, mas de cristãos e foram usados para atrair a atenção do mundo para um falso argumento.
Agnes não nega que armas químicas possam ter sido usadas, mas ela questiona por que existem dois pesos e duas medidas na imprensa. Ao total, doze aldeias alauítas foram submetidas a ataques sangrentos dos jihadistas. “Era um verdadeiro matadouro. Pessoas eram mutiladas e decapitadas. Existe um vídeo que mostra uma menina com sua cabeça decepada. Eles a cortaram com ela ainda viva. Viva!”, dispara.
Se quiser assistir ao vídeo clique aqui. O Gospel Prime alerta que são cenas chocantes.
A madre conta que há caso de líderes religiosos muçulmanos mortos e decapitados pelos soldados da Al Qaeda, mas nem se compara ao número de cristãos (drusos e católicos) dizimados recentemente, os mesmos que viveram em paz com os muçulmanos durante séculos.
Questionada por que demorou para fazer essas denúncias, ela afirma que a maioria dos repórteres americanos e europeus não estavam interessados em ouvi-la. “Qualquer cristão deve em primeiro lugar confiar em sua consciência e crer em Deus. Isso vai ajudá-los a salvar vidas inocentes. Eu não me importo mais com minha própria vida… Este é possivelmente o maior crime já cometido na história”, desabafa.
Ao falar sobre o apoio que espera do Vaticano, foi direta: “O Papa diz não tem planos, não tem bombas nem forças armadas… Ele pediu: Vamos parar de lutar”. Para ela, isso tem um grande significado. “A opinião pública mundial se voltou contra os EUA. É a primeira vez na história que a América está sozinha. Eles dizem ter o apoio de dez países. Mas eu insisto que não tem”, esclarece Agnes.
Para ela as pessoas desses países não concordam com seus governos e muitos, como a Inglaterra, passaram a ser mais cautelosos. Até mesmo o presidente Obama recuou em seus planos quando percebeu que não teria apoio irrestrito na ONU.
Neste sábado, a Human Rights Watch, organização de defesa dos direitos humanos criticou a resolução da ONU em apenas destruir o arsenal químico da Síria. Philippe Bolopion, representante da organização junto à ONU, se mostrou indignado: “A resolução não conseguirá trazer justiça para as centenas de crianças que morreram intoxicadas por gás ou por muitos outros crimes graves”. Com informações de Carta Capital, RT, Un Multimedia, Before Its News e G1
http://noticias.gospelprime.com.br/filhos-cristaos-decapitados-siria/

domingo, 29 de setembro de 2013

Pastores evangélicos condenam crianças por brucharia


Meninos gêmeos Itohowo e Kufre estão cercados por aldeões irritados que acreditam que eles estão trazendo o mal para suas vidas Robin Hammond / The Observer. Fonte: http://guardian.co.uk
Neste artigo apresento os fatos, que já são do conhecimento de alguns, sobre a situação das igrejas evangélicas na Nigéria, onde os pastores estão acusando crianças de serem bruxas e cobrando altas taxas para exorcizá-las. Procurei fazer uma exposição clara para que o cidadão normal, não acostumado com a linguagem do “gueto” evangélico, também pudesse compreender a situação.

O leitor também encontrará informações sobre o grupo brasileiro do “Caminho da Graça” enviado à Nigéria, pelo pastor Caio Fábio, com a ajuda de irmãos do Caminho em todo o Brasil. As informações que deram origem as investigações são formadas por dois vídeos (vídeo 1vídeo 2), e as demais estão reunidas no site do pastor Caio Fábio na seção intitulada “Dossiê Nigéria“.
Nwanaokwo Edet, 9 anos, foi forçada a beber ácido pelo pai após pastor evangélico acusá-la de bruxaria. A menina ficou cerca de 1 mês internada em Akwa Ibom, Nigéria, antes de morrer (http://www.dailytelegraph.com.au/news/world/church-burns-witchcraft-children/story-e6frev00-1225788721635).
Nwanaokwo Edet, 9 anos, foi forçada a beber ácido pelo pai após pastor evangélico acusá-la de bruxaria. A menina ficou cerca de 1 mês internada em Akwa Ibom, Nigéria, antes de morrer.
É chocante, eu mesmo não acreditaria se não visse com meus próprios olhos, mesmo sabendo que essa é uma possibilidade iminente, quando vejo como são as igrejas evangélicas pentecostais do nosso país. Os evangélicos se dizem perseguidos pela mídia, sobretudo pela Rede Globo de televisão, mas caso não existisse meios de comunicação denunciando a corrupção nesse meio, imagine as bizarrices que teríamos em nosso país.
Moradores revoltados com Udo, 12, com um facão, acusando-o de ser uma bruxa. Seu braço quase foi cortado. Fonte: http://guardian.co.uk
Moradores revoltados com Udo, 12, com um facão, acusando-o de ser uma bruxa. Seu braço quase foi cortado. Fonte: http://guardian.co.uk
Fiquei aterrorizado ao ver o que o cristianismo das igrejas evangélicas criou nos países africanos, onde crianças são acusadas de bruxarias pelos pastores, que pedem uma quantia equivalente a cerca de 4 meses de trabalho para que as crianças sejam exorcizadas. O exorcismo consiste em mutilar os corpos das crianças (como poderão ver em vídeo anexo) e queimar os ferimentos com o fogo de uma vela.
Mary, 13 anos. Jogaram ácido em seu rosto após ser acusada de ser uma bruxa. Fonte: http://guardian.co.uk
Mary, 13 anos. Jogaram ácido em seu rosto após ser acusada de ser uma bruxa. Fonte: http://guardian.co.uk
As famílias mais pobres que não podem pagar ao pastor pelo “exorcismo”, ou que pouco se importam com as suas crianças, tentam elas mesmas “curar a bruxaria” torturando-as, mutilando seus corpos ou simplesmente as abandonando no mato.

Quem são os pastores que praticam esse tipo de coisa

São pastores que se “converteram” das “cruzadas evangelísticas” feitas por missionários da América do Norte ou da Europa, que seguem a linha pentecostal e neopentecostal de doutrina. Para que o leitor leigo no assunto saiba o que siguinificam essas designações, darei alguns exemplos de igrejas pentecostais e neopentecostais brasileiras: pentecostais, por exemplo, Igreja Universal do Reino de Deus, Assembléia de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Brasil para Cristo, Igreja Deus é Amor, entre muitas; como exemplo de neopentecostais, temos: Igreja da Graça, Igreja Mundial do Reino de Deus, Igreja Renascer em Cristo, Igreja Sara Nossa Terra (lembrando que esses são somente exemplos e não significa que essas igrejas estão envolvidas; apesar de não fazerem nada à respeito e algumas apoiarem pessoas como Reinhard Bonnke).
Pastor evangélico humilha detentos em presídio usando hipnose e diz ser o "Espírito Santo".
Você mesmo que visitou algumas dessas igrejas, ou assistiu algum vídeo na internet, provavelmente presenciou o desrespeito que eles têm pelos seres humanos e que descaradamente aproveitam-se das superstições e das necessidades do povo para obter poder e dinheiro.
Igreja Universal do Reino de Deus, por ocasião de crise financeira, cria a "Vígilia dos 318" para atrair empresários desesperados. Poucos empresários, que supostamente obtiveram prosperidade de Deus na vigília, são entrevistados exibindo sorrisos e carros luxuosos.
No Brasil, aproveitam-se da pobreza que contrasta com a proposta capitalista de estilo de vida que é vendida ao povo pelos meios de comunicação, oferecendo prosperidade financeira ao fiel. Também se aproveitam do medo aos espíritos, gerado pela cultura das religiões afro, oferecendo “proteção espiritual” a quem freqüenta as reuniões e prometem fidelidade aos pastores “guias”.
Imagine o que uma crença desse tipo, capaz de sincretismos tão perversos, é capaz de criar em um país como a Nigéria, recém colonizado e vítima de golpes militares e guerras civis sangrentas. Desejosos por terem uma vida luxuosa, como a que se tem nos países ricos, de onde vêm os missionários, não demorou muito para que 90% do povo se tornasse cristão.
Os antigos deuses dos nigerianos foram vencidos pelos colonizadores, assim como nas guerras da antigüidade, onde os deuses dos países vencidos (incapazes de conduzir o povo a vitória) eram substituídos, aos poucos, pelos deuses do povo vencedor.
Reinhard Bonnke costuma reunir cerca de 1,6 milhões de pessoas em suas cruzadas evangelísticas na África.
Reinhard Bonnke costuma reunir cerca de 1,6 milhões de pessoas em suas "cruzadas evangelísticas" na África.
O principal precursor dessa doutrina perversa na Nigéria, foi um alemão e pastor neopentecostal conhecido como Reinhard Bonnke, o qual foi recebido pela Igreja Batista da Lagoinha no ano de 2007 com todas as honras de um “grande homem de Deus” (Fonte).
O jornal alemão Die Zeit o caracteriza como “um dos mais bem sucedidos missionários do nosso tempo” (Fonte). Como se não bastasse, esses missionários na África ainda recebem caches milionários para virem pregar em congressos em outros países, como aconteceu aqui no Brasil.
Pastor Reinhard Bonnke, corrompe a fé em Jesus na África e é recebido pela Igreja Batista da Lagoinha como um grande "homem de Deus".
Assim como Reinhar Bonnken, a maioria desses pastores fizeram fortunas as custas da miséria do povo africano prometendo prosperidade material e proteção contra a bruxaria (Fonte). Esses novos missionários, romperam com a escola tradicional, onde instituições sérias construíam hospitais e colégios para atenderem as necessidades do povo carente, e criaram instituições religiosas gigantescas e milionárias como “Assembléia do Novo Testamento”, “Igreja de Deus das Missões”, “Evangelho Monte Sião”, “Glória de Deus”, “Irmandade da Cruz”, “Liberdade do Evangelho”, entre muitas outras.
“Velhas tradições africanas que através do Cristianismo não foram absorvidas ou marginalizadas, serão completamente tomadas por estas igrejas. Bruxaria e magia são uma realidade, temos a força para lutar contra isso”, afirma Kamphausen ( diretor da Academia de Missão da Universidade de Hamburgo).

Como funciona o esquema

Os missionários brancos, vindos da América e da Europa, não se envolvem diretamente com a vitimização das crianças, como já era possível imaginar. Isso representaria muitos problemas para eles, tanto na Nigéria como em seus países de origem; um problema desnecessário, uma vez que o negócio deles é promover grandes cruzadas e construir grandes ministérios.
Feto de uma mulher é entregue durante um serviço meia-noite em Akwa Ibom. Fonte: http://guardian.com.uk
Feto de uma mulher é entregue durante um serviço meia-noite em Akwa Ibom. Fonte: http://guardian.com.uk
O que eles fazem é demonizar o povo nigeriano. Pregam sobre os espíritos que fazem mal as pessoas e que são enviados pelos bruxos, oferecem proteção espiritual àqueles que se tornarem comprometidos com a igreja. Ao contrário do que Jesus ensinou, eles pregam que, para combater os feitiços enviados pelos bruxos, não basta a fé simples em Jesus, mas sim um trabalho contrário, ou seja, as obras e as causas da igreja.
Assim como fazem aqui no Brasil, ensinam o povo que a pobreza é uma obra do diabo, e que a inveja e o olho gordo de pessoa de fora da comunidade, é o responsável pela má sorte nos negócios, na família e na vida sentimental. A resposta para essa situação de miséria é então fornecida por esses pastores. Eles ensinam que o fiel comprometido com a “obra” não está a mercê dos espíritos causadores de má sorte e também que Deus dará uma posição privilegiada na sociedade aos mais fiéis.
Pastor José Ita, Liberty Igreja Evangélica em Eket, acredita que as crianças, incluindo bebês, seriam bruxas por terem comido no passado comida envenenada. Fonte: http://guardian.com.uk
Pastor José Ita, Liberty Igreja Evangélica em Eket, acredita que as crianças, incluindo bebês, seriam bruxas por terem comido no passado comida envenenada. Fonte: http://guardian.com.uk
Os pastores negros da Nigéria não têm nem 1 milésimo dos recursos necessários para se promover uma grande cruzada evangelística, como fazem os brancos. Eles vêem os pastores brancos enriquecerem e se tornarem autoridades poderosas em seu país, mas não têem os mesmos recursos para fazerem o mesmo. Eles não podem prometer prosperidade aos fiéis, pois eles mesmos não são tão ricos e poderosos como os brancos, além do assunto “prosperidade” já ter se desgastado muito devido as promessas feitas pelos brancos.
Meninos gêmeos Itohowo e Kufre estão cercados por aldeões irritados que acreditam que eles estão trazendo o mal para suas vidas Robin Hammond / The Observer. Fonte: http://guardian.co.uk
Meninos gêmeos Itohowo e Kufre estão cercados por aldeões irritados que acreditam que eles estão trazendo o mal para suas vidas Robin Hammond / The Observer. Fonte: http://guardian.co.uk
Dessa forma, o que resta a eles é usar o medo da bruxaria que os nigerianos possuem, pois o assunto bruxaria está presente na cultura nigeriana há milênios. Não é mais possível dizer na Nigéria que pessoas não crentes enviam maldições as pessoas (como aqui no Brasil se faz devido a Umbanda e o Candomblé), pois mais de 90% da população é evangélica. O que eles fazem é usar um mito antigo de que existem “crianças bruxas” enviadas por Satanás para atrapalharem os negócios da família, trazendo má sorte e doenças, acusando as únicas pessoas que não têm voz em um país de gente embrutecida e gananciosa, como a Nigéria de hoje em dia.
Vídeo promocional, produzido pela pastora Neusa Itioka, convocando as nações a declararem guerra contra a feitiçaria. A libertação dos espíritos opressores deixa de ser Graça de Deus para se tornar obra feita pelo homem, usando o nome de "Jesus", como se Ele fosse um "espírito mais poderoso".
O material teórico responsável por produzir esse sistema diabólico, conhecido como “Batalha Espiritual“, presente hoje na Nigéria, é o mesmo que fez sucesso no Brasil nos anos 80 e 90. Quem não se lembra dos grupos formados por fiéis da Universal presos por invadirem centros de macumba? É essa teoria, que começou a ser produzida pelo seminário de missiologia norte-americano “Seminário Teológico Fuller” e que teve como grande precursora no Brasil a pastora pentecostal Neusa Itioka, que hoje lota as livrarias nigerianas, como nos confirma o grupo do Caminho da Graça na Nigéria.
Jovem acorrentado em igreja evangélica passando por processo de libertação. É estranho pensar que uma pessoa que busca ser liberta vive acorrentada a uma coluna num templo evangélico.
Jovem acorrentado em igreja evangélica passando por processo de "libertação". É estranho pensar que uma pessoa que busca ser liberta vive acorrentada a uma coluna num templo evangélico.
Pastores Nigerianos enriquecem rapidamente na Nigéria, exibindo carros luxuosos e jóias em ouro pelo corpo. O que deveria ser um sinal para que o povo nigeriano desconfiasse desses pastores faz exatamente o contrário, ou seja, o povo vê a riqueza desses pastores e os consideram abençoados e grandes “homens de Deus”, como confirma o nigeriano Kefing Foluke.
Reportagem da TV Americana ABC sobre as crianças acusadas por pastores.
“Há no vídeo um religioso católico, lutador solitário, que vamos procurar encontrar a fim de trabalharmos juntos contra o comércio de alminhas humanas. Para aqueles seres mais sectários e apologetas, que endurecerão o coração com a veiculação de uma matéria que poderia ser tendenciosa, já que um padreco africano encaminha os repórteres americanos aos cultos “evangélicos”, eu só tenho a dizer o seguinte: ‘Sejam esmagados pela realidade das imagens promovidas pelo teatro de horrores que a teologia da prosperidade já fez em toda a África Central… em proporção endêmica! E façam apologia contra a praga neopentecostal e não contra o Amor!’” (Fonte).

E as autoridades nigerianas?

As estatísticas sobre o crescimento dos grupos pentecostais, chamados “carismáticos”, impressionam. Segundo o World Christian Database, em Boston, a Nigéria é o terceiro país do mundo em número de seguidores de igrejas pentecostais, com aproximadamente 3,9 milhões de fiéis. O país fica apenas atrás do Brasil, com mais de 24 milhões, e os Estados Unidos, com cerca de 6 milhões.
Álbum de imagens das crianças bruxas, estigmatizadas pelas igrejas evangélicas nigerianas, acolhidas pelo CRARN.
Álbum de imagens das "crianças bruxas", estigmatizadas pelas igrejas evangélicas nigerianas, acolhidas pelo CRARN. (clique na imagem para abrir)
Estima-se que mais de 5000 crianças foram abandonadas na Nigéria desde 1998 por conta das acusações de bruxaria feitas pelos pastores evangélicos, para morrerem; isso quando não são mortas, espancadas, dilaceradas e violentadas antes de serem abandonadas. Estatísticas dizem que a cada 5 crianças abandonadas, 1 acaba morrendo de desnutrição ou por conta das torturas indescritíveis que elas sofrem.
Em seu último comunicado (15/01/2010), os irmãos do “Caminho da Graça” enviados para ajudarem as crianças, relataram a situação que encontraram no lugar onde muitas crianças de refugiam
“[...] Falo a respeito da mais estranha categoria de estigmatização infantil. Tenho por certo que uma bomba de insanidade varreu a humanidade que um dia possa ter existido aqui. Agora… para qualquer lado que se olhe, está tudo lá… É difícil apagar. Ficou estampado, marcado, manchado. É um painel de horrores e o famoso clichê se aplica aqui: É cenário de guerra civil. Tem sangue, mosquito, estupro, abutres, mutilação, monturo, extorsão, maldição, feitiçaria, tumores, exploração, correntes, medo, terror cristão, desencanto e morte.” (Fonte).
Na Nigéria não existem leis de proteção as crianças como em nosso país e não há ninguém que se importe com elas. Os missionários cristãos com suas “teologias de prosperidades” e o estilo de vida dos países capitalistas, pregados como os “ideais de Deus para os homens”, fez com que o povo nigeriano, acostumado a tantas guerras e dificuldades, se tornasse extremamente gananciosos e amantes do dinheiro. Quando os pastores acusam suas crianças de bruxaria, alguns pais vêem aí uma oportunidade de se livrarem de suas crianças, as quais não têm para eles nenhum valor econômico (veja reportagem da tv norte-americana ABC acima).
Multidão formada por evangélicos invade reunião de ONGs pelos direitos humanos das crianças estigmatizadas na Nigéria.
“Os obreiros-empregados da “Helen-Macedo” usam os mesmos artifícios empregados aqui, na luta contra os “ímpios” que, cegados pela incredulidade, NEGAM que as crianças sejam BRUXAS. No vídeo de quase 3 minutos, a “gangue” da evangelista invade o salão. Eles estão todos de laranja. Entram de surpresa decretando domínio territorial em nome de Jesus e cantando louvores de guerra. E terminam por expulsar na violência um organizador (grandão, por sinal).” (Fonte).

Nollywood, a Hollywood da Nigéria

Logo da Nollywood, a industria cinematográfica da Nigéria e terceira maior do mundo.
Logo da Nollywood, a industria cinematográfica da Nigéria e terceira maior do mundo.
Uma coisa, que pode ser surpresa para a maioria das pessoas, é que a Nigéria tem a terceira maior industria cinematográfica do mundo, ficando atrás somente de Hollywood e Bollywood. Em termos de produção de filmes, talvez a industria de filmes da Nigéria supere as demais, uma vez que são produzidos cerca de 1000 filmes por mês.
“O cinema da Nigéria tem crescido nos últimos anos e, embora seja um mercado extremamente informal, teve uma grande explosão de produção (…) que tem chamado a atenção mundial por suas características únicas. Toda as produções são realizadas em vídeo. Sua produção é tamanha que já lhe rendeu o apelido de “Nollywood”, pode ser considerada a terceira maior indústria de produção de cinema do mundo, atrás apenas de Hollywood e Bollywood. Em volume de produção, “Nollywood” talvez seja até a maior, já que desde o final da década de 1990 são feitos mais de mil filmes por ano.
O mercado da Nigéria é exclusivamente de homevideo (com 90% da produção sem distribuição oficial, legalizada), pois praticamente não existem mais salas de cinema no país. Com este panorama, não é possível apontar com alguma precisão o tamanho desta indústria. Faltam estatísticas precisas ou elas simplesmente não existem. A única fonte oficial minimamente confiável é o National Censorship Board, responsável pela classificação indicativa, embora o órgão não dê conta do grande volume de produção, e de toda sua informalidade, com muitos filmes sendo “lançados” sem a indicação etária. Sem salas de cinema, a Nigéria conta com cerca de 15 mil locadoras, e em quase todo tipo de comércio pode-se encontrar filmes para vender ou alugar. Estima-se que cada filme venda cerca de 25 mil cópias (…).
Geralmente são os próprios produtores que se encarregam da distribuição das fitas e DVDs, garantindo um retorno financeiro fácil e rápido, com uma margem de lucro não muito ambiciosa, mas volume muito grande. Com esse esquema de produção, em apenas 15 anos a indústria cresceu do zero para um mercado de cerca de US$ 250 milhões por ano que emprega milhares de pessoas. Estima-se que cerca de 300 diretores estejam em atividade, produzindo um total de aproximadamente dois mil filmes por ano. O sucesso desta indústria reside principalmente no fato de a temática dos filmes ter um apelo direto com o público local, por tratar de preocupações, conflitos e realidades que freqüentam o noticiário e o imaginário da população local. Os temas mais freqüentes são a AIDS, corrupção, prostituição, religião e ocultismo.” (Fonte).
Cartazes de produções da Nollywood estão aos montes pelas ruas da Nigéria.
Cartazes de produções da Nollywood estão aos montes pelas ruas da Nigéria.
Em um pais onde 90% da população é envangélica, esse é um veículo de comunicação ideal para que essas práticas contra as crianças sejam divulgadas por esses pastores. Os filmes são feitos com o objetivo de deixar o povo nigeriano preocupado com o fato de que um dos seus filhos pode ser um bruxo. Nas dramatizações, as “crianças bruxas” são chamadas pelo diabo enquanto estão dormindo, saem do seu corpo em espírito e aprontam todo o tipo de maldade, que serão sentidas pela suas famílias.
Cena de um filme típico produzido em Nollywood, onde um boi real é sacrificado na frente das câmeras. Dá pra imaginar o bom gosto dos filmes produzidos por lá (Fonte).
Cena de um filme típico produzido em Nollywood, onde um boi real é sacrificado na frente das câmeras. Dá pra imaginar o "bom gosto" dos filmes produzidos por lá (Fonte).
A maior produtora desse tipo de filme é a evangélica Helen Ukpabio, famosa no país por ser produtora de cinema, e recentemente tem feito adversários na sociedade civil por instigar a idéia que crianças podem ser bruxas, demoninhos serviçais de potestades brancas (Fonte).
Cartaz de uma cruzada promovida pela evangelista Helen Ukpabio chamada Erradicação da feitiçaria. É chocante saber que, no caso, os feiticeiros são crianças com menos de 10 anos de idade.
Cartaz de uma cruzada promovida pela evangelista Helen Ukpabio chamada "Erradicação da feitiçaria". É chocante saber que, no caso, os feiticeiros são crianças com menos de 10 anos de idade.
Veja no vídeo abaixo um dos grandes sucessos produzidos por Helen Ukpabio, chamado “O fim dos ímpios”, onde são mostradas crianças sendo convocadas pelo diabo a noite para aterrorizarem o resto da família.
Trecho do filme "O Fim dos Ímpios" produzido pela evangelista Helen Ukpabio, onde crianças são feitas bruxas.
“Profetisa neopentecostal, de visão macediana em suas campanhas de libertação, e muitos empregados-obreiros fanáticos que fazem Batalha Espiritual contra pequeninos, Helen Ukpabio é a “neusa etioka” da África. A diferença é que se a Sra. Etioka visse que sua pregação estimula o abandono infantil, a agressão contra os pequenos, o amordaçamento das crianças de peito, o embaraço emocional e o infanticídio real, há muito ela, nossa Neusa, teria parado de falar. Calar-se-ia para sempre!
Mas Helen Ukpabio fez fortuna. De onde está, não tem como voltar.
Assista ao vídeo e pense que você é um adulto nigeriano que congrega numa igrejinha perto de casa. Imagine que você tem filhos pequenos, meio levados, meninos saudáveis mas, às vezes, atrapalhados; que deixam cair um prato, quebram um copo sem querer, brigam na escola. E antes de culpar a intolerância pagã de um cristão nigeriano, pense se você já não procurou culpados espirituais por suas doenças e desempregos.” (Fonte).

Visitado em 29/09/2013 às 22:01 http://atestemunhafiel.no.comunidades.net/index.php?pagina=1032520915

ONG denuncia ataques de jihadistas a duas igrejas sírias


ONG denuncia ataques de jihadistas a duas igrejas síriasONG denuncia ataques de jihadistas a duas igrejas sírias
A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) denunciou o ataque de jihadistas a duas igrejas em Raqa, na Síria, nesta quinta-feira (26) dizendo que estátuas e crucifixos foram incendiados e a cruz da torre de uma delas foi destruída.
Uma das igrejas atacadas foi a catedral Notre Dame da Anunciação, o crime foi realizado por combatentes do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL, mas também abreviado como ISIS) que, de acordo com a agência AFP, controla a maior parte da cidade.
A segundo igreja atingida foi a Igreja dos Mártires, dirigida por católicos armênicos, foi neste templo que a cruz do alto da torre foi destruída pelos extremistas que colocaram a bandeira do EIIL no lugar.
Raqa foi a primeira capital tomada pelos rebeldes sírios que querem impor sua lei, baseada em uma interpretação radical do Islã, na cidade. O grupo é formado principalmente por jihadistas.
A guerra civil síria já deixou mais de 100 mil mortos, o principal motivo seria o descontentamento da população com o presidente Bashar al-Assar, mas os tons políticos passaram a ser religiosos, já que os opositores são jihadistas e os cristãos, que são 5% da população, são favoráveis ao presidente.
A situação dos cristãos na Síria tem preocupado instituições de apoio a Igreja Perseguida e também ONGs de Direitos Humanos, inclusive um grupo parisiense criou uma petição para alertar diplomatas de diversos países europeus sobre o que tem acontecido no Oriente Médio.
Além da petição do grupo “Cristãos do Oriente em perigo”, o Portas Abertas também criou uma petição online de apoio aos cristãos sírios. As assinaturas recolhidas serão apresentadas pelo Portas Abertas Internacional a instâncias globais, demonstrando o apoio de cristãos em todo o mundo à Igreja na Síria.Com Informações Terra
http://noticias.gospelprime.com.br/ong-denuncia-ataques-de-jihadistas-a-duas-igrejas-sirias/

Petição em Paris pede pela vida de cristãos no Oriente Médio


Petição em Paris pede pela vida de cristãos no Oriente MédioPetição em Paris pede pela vida de cristãos no Oriente Médio
Nesta sexta-feira (27) um grupo batizado de “Cristãos do Oriente em perigo” iniciou uma petição em Paris para denunciar os crimes contra minorias religiosas no Egito, Iraque, Síria e Líbano.
A petição será enviada para diplomacias europeias com o objetivo de pedir proteção para os cristãos que estão sofrendo diante de regimes extremistas que já mataram milhares de pessoas.
“Pedimos simplesmente às diplomacias europeias, às opiniões públicas, às igrejas, que não esqueçam os cristãos do Oriente”, disse Patrick Karam, um dos organizadores da petição.
Uma página no Facebook foi criada para levar pessoas a assinarem também, a intenção do grupo é que centena de milhares de pessoas se identifiquem com o pedido e aceitem assinar a petição.
“Vamos escrever aos parlamentares e vereadores, e nos dirigir a todas as religiões”, disse Karam em uma coletiva de imprensa com a participação de representantes das igrejas do Oriente Médio. Além dos constantes ataques a cristãos do Egito, Síria e Iraque, eles temem que o Líbano também inicie uma matança com motivos religiosos.
Karam é vereador na região parisiense e assina como signatários da petição ao lado de representantes na França de igrejas cristãs do Oriente (maronita, melquita, copta, siríaca, entre outras).
http://noticias.gospelprime.com.br/peticao-em-paris-pede-pela-vida-de-cristaos-no-oriente-medio/

sábado, 28 de setembro de 2013

A Igreja no Egito: os desafios da perseguição ao longo do tempo

Quando olhamos para a Igreja no Egito hoje, suas limitações e desafios, somos levados a crer que, há séculos, ela é uma minoria oprimida dentro de um grande país islâmico. No entanto, nem sempre foi assim. A Igreja egípcia que vemos hoje, bem como a perseguição que ela sofre, foi moldada ao longo de décadas de revoluções e mudanças sociais
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As mudanças mais significativas começaram na década de 1970, quando Anwar El Sadat assumiu a presidência do Egito, sucedendo a Gamal Abdel Nasser. Nasser havia governado por cerca de 20 anos. Ele aboliu os partidos políticos, abraçou o nacionalismo e adotou uma política considerada socialista por alguns. Durante seu governo, o êxodo da comunidade copta do Egito começou a emigrar.

Na segunda metade da década de 1950, ocorreu a primeira onda de emigração para o ocidente, composta por profissionais altamente qualificados que buscavam um futuro melhor. Em 1961, uma segunda onda de coptas, composta por membros da classe média-alta e classe alta, partia para se juntar à primeira leva de emigrantes.

Após esmagar seus oponentes internos em maio 1971, Sadat enfrentou um enorme desafio: encontrar uma maneira de tirar o Egito da situação humilhante em que ficou após a derrota por Israel em 1967, na Guerra dos Seis Dias. Depois de hesitar, o líder resolveu dar um passo, atacando Israel em 6 de outubro de 1973. O êxito inicial obtido na guerra trouxe ao Egito um novo sentimento de orgulho, e a tão necessária legitimidade ao seu líder.

Embora Sadat não fosse fã da democracia, ele se comprometeu a promover abertura na esfera política. O sistema de partido único foi abolido e os partidos políticos tiveram permissão para atuar. Sua decisão mais importante em âmbito nacional foi a liberdade concedida para a formação de grupos islâmicos.

Com Sadat, a religião estava cada vez mais substituindo o nacionalismo como alicerce do país. A fim de combater o predomínio nasserista e a dominação esquerdista nos campi universitários, Sadat permitiu e, em alguns casos, encorajou a expansão das correntes islâmicas nos campi e fora deles. Mais religioso e conservador que seu antecessor, Sadat percebeu tarde demais que havia desencadeado uma tempestade que iria destruí-lo.

Nascimento do extremismo islâmico no EgitoA revista da Irmandade Muçulmana El Daawa publicava longos artigos contra os coptas. Segundo o periódico, os coptas eram a minoria mais feliz do mundo e não tinham nenhum motivo para reclamar. Os coptas deviam se dar por satisfeitos com seu status privilegiado de dhimmis (cidadãos não muçulmanos de um país islâmico) até que, é claro, finalmente vissem a luz e se convertessem ao islã.

Na verdade, os coptas não estavam sendo discriminados no Egito, mas sim favorecidos pelo Estado. Para eles, os coptas estavam tentando mudar a cara do Egito construindo mais igrejas do que o necessário. Eles eram tidos como um grupo que visava subverter o país. Espalharam-se rumores de que mantinham um estoque de armamentos.

Em 1972, foi divulgado um relatório de uma suposta reunião realizada entre o papa copta Shenouda e sacerdotes. De acordo com o relatório, o papa teria dito que o Egito seria recristianizado assim como acontecera na Espanha. Os coptas deviam ter muitos filhos, certificando-se de uma queda na taxa de fertilidade das mulheres muçulmanas.

Essas teorias de conspiração resultaram na discriminação dos coptas no campo da ginecologia. Outros departamentos universitários não foram poupados. Estava se tornando impossível para qualquer cristão a obtenção das notas necessárias para ser nomeado professor em uma universidade. A discriminação contra os coptas em cooperativas do governo e nos setores burocráticos tornou-se generalizada. Quase nenhum copta era eleito para o parlamento egípcio ou para ocupar as posições superiores no governo.

Em 1977, a Universidade de al-Azhar propôs uma lei para que a sharia — um código de leis civis baseado no Alcorão — fosse implementada no país. A proposta incluía a pena de morte para os apóstatas.

Em 21 de março de 1977, decidiu-se que a sharia deveria ser aplicada em relação aos coptas quanto ao seu estado civil, permitindo aos homens o casamento com quatro mulheres e a obtenção de divórcio.

O cristianismo era diariamente ridicularizado na imprensa. Como era de se esperar, tal postura acabou por alienar coptas, que temiam o futuro diariamente. Nos campi universitários, grupos islâmicos começaram a atacar os estudantes cristãos. Logo começaram os confrontos. Um cenário ainda mais violento era apenas uma questão de tempo.

O alvo de alguns ataques eram edifícios utilizados pelos cristãos para orações, os quais não tinham obtido a aprovação necessária do governo. Em 6 de novembro de 1972, um edifício desses foi atacado na cidade de El Khanka. Irritado, o recém-empossado Papa Shenouda III (1971-2012) ordenou que alguns bispos e sacerdotes marchassem até o local e celebrassem uma missa. Tal marcha foi interpretada como uma provocação pelos muçulmanos, e o edifício foi atacado novamente. A comissão parlamentar encarregada de investigar o ataque verificou que dos 1.442 templos no Egito, apenas 500 tinham a licença necessária.

O número de ataques foi aumentando. Em 1979, uma igreja no Cairo foi incendiada. Em janeiro de 1980, sacerdotes que estavam em ascensão foram atacados e diversas igrejas em Alexandria foram bombardeadas. Grupos islâmicos obtiveram um fatwa (pronunciamento legal) de um  líder religioso determinando que qualquer copta que doasse dinheiro para as igrejas seria um alvo legítimo de roubos. Os confrontos sectários tiveram seu ápice em junho de 1981 no distrito de El Zawya El Hamra, no Cairo: a matança seguiu por três dias, enquanto a polícia fazia tímidos esforços para acabar com a violência. O evento deixou 81 coptas mortos. Ainda em 1981, um bombardeio em outra igreja no dia 4 de agosto deixou três mortos.

Em 14 de maio de 1980, Sadat fez um discurso ardente ao Parlamento Egípcio. Ele acusou o papa de tentar estabelecer um Estado cristão em Assiut, no sul do Egito. Criticou o que chamou de “uma tentativa da Igreja de ser um Estado dentro do Estado”, acusou os coptas de provocar potências estrangeiras contra o Egito e de receber armas e treinamento dos falangistas no Líbano. Ele concluiu seu discurso com palavras ameaçadoras: "Sou um presidente muçulmano de um país islâmico".

Resposta dos coptas à oposição
A ascensão islâmica na década de 1970 causou uma terceira emigração de coptas, a fim de escapar de um Egito que lhes parecia estranho. Os emigrantes da terceira onda eram mais diversificados quanto à formação e situação econômica e social, incluindo muitas famílias mais pobres. A vida dos que permaneceram no Egito girava em torno das igrejas.

Diante da crescente discriminação na esfera pública, os coptas corriam para a igreja em busca de uma vida entre seus muros. Confrontados com a ascensão dos muçulmanos no Egito e com a crescente exclusão dos coptas, corriam para a igreja buscando consolo.

Era uma via de mão dupla — a Igreja expandia seus serviços para suprir a comunidade cristã e a comunidade exigia que a Igreja suprisse suas necessidades crescentes. Os coptas recorriam aos seus líderes para pedir conselhos e orientação sobre tudo em suas vidas, fazendo da instituição a única representante da comunidade copta. As portas que se abriram aos cristãos nos serviços das igrejas deram-lhes oportunidades de crescimento pessoal e profissional.

Os coptas a quem foram negadas posições de liderança em seu país encontraram oportunidades para ocupar cargos de liderança em suas igrejas. Diante de uma esfera pública que os suprimiu e humilhou, esperando que agissem como dhimmis felizes, a Igreja deu-lhes autoestima e os ajudou a recuperar a confiança perdida.

No entanto, não se tratava apenas do crescimento da Igreja e de uma comunidade que corria para ela por medo do mundo exterior. O reavivamento e crescimento da Igreja copta decorrem de motivos internos, como o movimento da escola dominical, sendo mais um reavivamento espiritual e religioso do que uma reação às ameaças externas.

Adaptado de “The Coptic Church in peril: The Islamization of Egypt and the end of Egyptian Christianity”, de Samuel Tadros (Australian Broadcasting Company, 15 de setembro de 2013).
Amanhã (29), leia o que aconteceu no Egito após a chegada e a queda do regime Murabak.

Conheça e participe da campanha Ajude o Egito, Agora! 
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoDaniela Cunha

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Atentado contra igreja no Quênia deixa pelo menos 1 morto e 3 feridos


Atentado contra igreja no Quênia deixa pelo menos 1 morto e 3 feridosHomem ferido de um atentado no Quênia.
Nesta quarta-feira (25) uma igreja na cidade de Wajir, no Quênia, foi atacada por homens armados que estacionaram dois carros na porta do templo e dispararam com metralhadoras além de detonar duas granadas contra os religiosos que cultuavam no local.
O jornal local “The Standard” informou que pelo menos uma pessoa morreu e outras três ficaram feridas no ataque. O Centro de Operações de Desastres do país confirmou a informação e acredita que os responsáveis pelo crime sejam o grupo radical Al-Shabab.
Ainda com informações divulgadas pela imprensa a polícia tentou perseguir os suspeitos que lançaram outras duas granadas contra os policiais, mas eles não foram capturados.
Um dia antes do ataque na igreja o grupo havia realizado um sequestro no shopping da capital do país, Nairóbi, onde 72 pessoas morreram. Apesar da distância entre a capital e Wajir, a cidade tem sido alvo de diversos atentados, o que preocupa o governo queniano.
O grupo Al-Shabab é uma milícia islâmica somali que tem atacado o país para exigir que o governo do Quênia retire suas tropas do sul da Somália. Um dos líderes desse grupo, Ahmed Godane, já enviou um ultimato anunciando guerra ao país vizinho.
“Tirem suas tropas ou se preparem para uma guerra longa, sangrenta. Decidam-se agora e retirem suas tropas das regiões islâmicas da Somália”, disse. O líder fundamentalista deixou claro que se o governo queniano não retirar as tropas da Somália haverá derramamento de sangue no seu território.
http://noticias.gospelprime.com.br/atentado-igreja-quenia/

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O Egito depois da tempestade

Líderes da Igreja egípcia em Delga refletem após o restabelecimento do controle militar no país, ocorrido em 3 de julho desse ano. No início de setembro, o governo interino do Egito prorrogou por mais dois meses o estado de emergência. Na prática, a medida se estenderá até o fim de novembro
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Poucos dias após o exército egípcio reassumir o controle sobre Delga, uma cidade cristã na província de Minya, os cristãos estão avaliando a extensão dos danos que sofreram nas mãos de partidários do ex-presidente Mohamed Morsi.

Delga, uma vila remota localizada no Alto Egito, a cerca de 150 quilômetros ao sul do Cairo, foi uma das mais afetadas quando militantes pró-Morsi culparam os cristãos pela saída da Irmandade Muçulmana do poder, e os atacaram.

Estimativas apontam que, dos aproximadamente 120 mil habitantes da vila, mais de um terço é cristão. Desde o dia 14 de agosto, quando uma onda de violência se espalhou pelo Egito, os cristãos de Delga têm compartilhado que foram abandonados pela polícia e pelas forças de segurança do governo.

Muitas de suas igrejas e negócios foram incendiados; suas casas foram marcadas com um “X” vermelho. Aqueles que não fugiram, se escondiam à medida do possível.

Abraam Abu El-Yameen, clérigo que lidera o monastério incendiado de Santa Maria e Abraão, de mais de 1.600 anos, contou à agência de notícias World Watch Monitorque mais de 150 famílias cristãs abandonaram a vila. Além disso, aqueles que permaneceram estão amedrontados. “Apesar da presença militar e da prisão de mais de 100 membros da Irmandade Muçulmana, os cristãos estão com medo porque receberam muitas ameaças”, ele disse.

“A despeito da intervenção das forças de segurança em Delga, os cristãos ainda são hostilizados por alguns fanáticos; eles atiram pedras nos cristãos dizendo: ‘O exército e a policia não podem protegê-los de nós’”, narrou ele.

O líder cristão disse que são necessárias mais forças de segurança nas ruas de Delga. Comentou também que os cristãos sofreram prejuízos de milhões de libras egípcias, incluindo a profanação de todas as igrejas do vilarejo.

Ayoub Youssef, líder religioso, falou em entrevista à MBC Egito que a vida finalmente “voltou ao normal” para muitos cristãos. Contudo, a contínua presença da polícia fez-se necessária para que os cristãos fossem compensados por suas perdas. Youssef disse ainda que algumas casas ainda não foram restauradas porque “foram totalmente destruídas”.

Ele pediu às autoridades uma investigação pelo assassinato de dois cristãos, Hani Iskandar Thomas e Shafik Zakher. O jornal The Guardian relatou que o corpo de Thomas foi arrastado pela cidade por um trator antes que alguns amigos muçulmanos o enterrassem. Contudo, seu corpo foi desenterrado, e ameaças de morte foram feitas contra qualquer um que quisesse enterrá-lo novamente. No final, a família pagou a alguns vizinhos muçulmanos para que o sepultassem.

O bispo Anba Macarius, responsável pela região de Minya, advertiu em um comunicado que as consequências dos confrontos sectários teriam efeitos duradouros. Em particular, ele advertiu os estudantes cristãos que retornavam às aulas para que se guardassem de possíveis conflitos com seus vizinhos.

“Nós não deixaremos o Egito porque o amamos e somos parte desta terra”, ele disse. “Devemos aconselhar nossos filhos a não lutar e nem revidar contra qualquer ação inimiga. Deus permite que isso aconteça para o nosso bem, ele nos ama e transformará tudo isso em bênção”, concluiu Macarius.

Ajude o Egito, Agora!
A Igreja no Egito passa por dias difíceis. Muitos acreditam que os cristãos foram culpados pelas mudanças no governo e, por isso, têm se vingado, atacando propriedades de cristãos. Você pode socorrer esses irmãos para que continuem firmes em sua fé apesar de toda a opressão. Ore, doe e engaje-se nessa causa. Envolva seus amigos, sua comunidade e sua igreja. Sua doação irá beneficiar cristãos egípcios que precisam reabrir seus negócios, auxiliará aqueles em situação de emergência financeira, além de apoiar espiritualmente a Igreja como um todo.
FonteWorld Watch Monitor
TraduçãoMarcelo Peixoto

Ataque no Quênia soma 69 mortos e 63 desaparecidos

As vítimas do ataque terrorista em Nairóbi, no Quênia, no último sábado (21), chegam a 69. Outras 63 pessoas estão desaparecidas, segundo informações da Cruz Vermelha. Ontem (23), as Forças de Defesa do Quênia (KDF, sigla em inglês) estimavam que cerca de dez pessoas ainda eram mantidas como reféns no interior do shopping Westgate Mall
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Confrontos violentos e chamadas de secessão têm causado crescente inquietação entre os cristãos e missionários nos municípios do Norte e da Costa do Quênia. Membros da Igreja e missionários dizem que as ações fazem parte de um plano mais amplo para introduzir a sharia (lei islâmica) nas cidades predominantemente muçulmanas da região.

Islamitas afirmaram nessa manhã (24), ainda manter reféns no shopping. Há relatos de que tiros foram disparados dentro do complexo nesta terça.

A polícia queniana anunciou no Twitter que estava desativando explosivos colocados pelos islamitas durante seu ataque. Segundo a agência EFE um comandante relatou nas primeiras horas da manhã que a operação não está concluída. A agência Reuters noticiou que militares mataram seis rebeldes dentro do shopping.

Segunda-feira (23/09)
Forças de segurança do país fizeram várias tentativas de entrar no centro comercial, mas foram forçadas a se retirar. Segundo autoridades quenianas, militares israelenses e norte-americanos também estão participando da operação.

A área próxima ao setor comercial está isolada e ocupada por forças de segurança, mas há pessoas se reunindo no local com o objetivo de ajudar as vítimas. Estima-se que já tenha sido arrecadado cerca de US$ 250 mil. No início da manhã de ontem (23), a KDF informou que a situação deverá ser controlada em breve.

Entre as vítimas estão três cidadãos britânicos, dois franceses, dois indianos, um sul-africano, uma chinesa, um médico peruano que trabalha no Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e no Banco Mundial, um ganês e um sobrinho do presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, segundo confirmaram os governos de cada um dos países.

*Com informações da Agência Itar-Tass.
Portas Abertas Internacional, Agência Brasil, G1

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Missionária brasileira comenta situação atual na Síria


Missionária brasileira comenta situação atual na SíriaMissionária brasileira comenta situação atual na Síria
Raquel Elana, 40 anos, é uma missionária brasileira que está há seis meses na Jordânia ajudando refugiados que deixaram a Síria, país vizinho, tentando fugir da guerra civil que já deixou mais de 100 mil mortos.
Ela tem atuado no maior campo de refugiados, são 120 mil sírios que encontraram abrigo em Zaatari. “Eu atendia cerca de cem famílias por mês, fornecendo cestas básicas, remédios e conforto espiritual”, disse ela ao Portas Abertas.
Muitas ONGs e instituições assistencialistas prestam apoio aos campos de refugiados da Jordânia, mas a quantidade de pessoas acaba impedindo que todas sejam atendidas. “Dentro do campo há várias organizações não governamentais, mas, mesmo com a ajuda, muitos saem de lá porque vivem sem ter o que comer ou o que vestir”, disse a missionária.
A ONU (Organização das Nações Unidas) diz que pelo menos 30% dos mais de dois milhões de sírios estão se refugiando em campos, encontrando uma vida bem difícil nos países vizinhos.
A Jordânia, assim como a Síria, é um país predominantemente muçulmano, Raquel explica que ali ela está como voluntária e não como missionária. “Eles pensam que nosso objetivo é a conversão, o que não é verdade”, esclarece.
Sírios e jordanianos aprenderam a viver com o medo, mas nenhum deles querem a guerra, pelo contrário, boa parte não apoia Bashar al-Assad, porém evita receber ajuda dos rebeldes. A missionária brasileira diz que muitos dos refugiados estão depressivos. “O povo chora muito pela destruição da Síria. Estão revoltados com os dois lados”.
http://noticias.gospelprime.com.br/missionaria-comenta-situacao-siria/

Cristãos paquistaneses saem às ruas contra atentado em igreja


Cristãos paquistaneses saem às ruas contra atentado em igrejaCristãos paquistaneses saem às ruas contra atentado em igreja
Essa segunda-feira (23) foi um dia de protesto no Paquistão, pois milhares de cristãos saíram às ruas contra o ataque que deixou 81 mortos em uma igreja cristã.
Várias cidades do país tiveram manifestações incluindo Karachi, Islamabad, Lahore e Faisalabad, os cristãos se reuniram um dia depois do duplo atentado suicida que aconteceu neste domingo na Igreja de Todos os Santos em Peshawar.
Só em Islamabad foram mais de 600 manifestantes que bloquearam a principal estrada da cidade causando grandes engarrafamentos na manhã desta segunda.
Talibãs paquistaneses assumiram o atentado na igreja onde centenas de pessoas estavam reunidas para cultuar a Deus. Além dos mortos, 130 pessoas ficaram feridas.
enterro de cristaos em peshawar Cristãos paquistaneses saem às ruas contra atentado em igreja
Cristã chora a morte do irmão no atentado em Peshawar
De acordo com a agência AFP, os talibãs estão dispostos a atentar contra os estrangeiros para vingar os ataques americanos contra a Al-Qaeda. “Cometemos o atentado suicida na igreja de Peshawar e continuaremos atacando os estrangeiros e não muçulmanos até que parem os ataques de drones”, disse um porta-voz do grupo Junood ul Hifsa, Ahmad Marwat, que a nova facção extremista do país.
As manifestações pediam justiça pelas mortes e mais proteção do Estado. Os cristãos aproveitaram o momento para denunciar a incapacidade do governo paquistanês de protegê-los, já que eles são a minoria religiosa do país. Os cristãos representam apenas 2% da população do Paquistão que tem 180 milhões de habitantes, onde a maioria professa a fé islâmica.
http://noticias.gospelprime.com.br/cristaos-protestam-atentado-paquistao/