TEL AVIV - O negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, cancelou a reunião com a sua homóloga israelense, Tzipi Livni, prevista para esta segunda-feira em Jericó, na Cisjordânia, em protesto contra a morte de três palestinos em confrontos violentos com as forças de segurança israelenses perto de Ramallah. A reunião seria uma nova rodada de conversações de paz que foram retomadas em julho, graças à mediação do secretário de Estado dos EUA, John Kerry.
O incidente pode prejudicar a retomada das negociações, que começou há 12 dias. Nabil Abu Rudeinah, porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, emitiu uma declaração na qual ele afirma que “esta série de crimes de Israel e a continuação da construção nos assentamentos são uma clara mensagem que expressa as verdadeiras intenções de Israel sobre o processo de paz”. E fez um apelo à Casa Branca para evitar o colapso dos esforços internacionais que buscam acabar com o conflito.
Nas primeiras horas da manhã, três jovens palestinos entre 20 e 32 anos morreram durante um enfrentamento com a Polícia de Fronteiras de Israel no campo de refugiados de Qalandia, na Cisjordânia. Outras 16 pessoas ficaram feridas, de acordo com as autoridades.
Segundo relato das agências de notícias palestinas WAFA e Ma'an, o incidente ocorreu por volta das cinco da manhã, quando uma patrulha israelense entrou no acampamento em um carro sem identificação e com roupas de civis, para deter Yousef al-Khatib, prisioneiro palestino libertado há um mês, depois de passar 10 anos em uma prisão israelense.
Cerca de 1.500 habitantes, segundo as fontes militares israelenses, tentaram impedir a prisão de al-Khatib. O porta-voz da polícia Micky Rosenfeld afirmou que foram utilizados métodos tradicionais de dispersão, como gás lacrimogêneo e balas de borracha. Vários palestinos, no entanto, alegam que um segundo veículo chegou ao acampamento, desta vez claramente militar, e, em seguida, usou munição real.
O Exército de Israel disse que abriu uma investigação e não se posicionou sobre a munição utilizada. O jornal israelense “Haaretz” informou, citando fontes militares, que os soldados dispararam depois de receber tiros de manifestantes, além de pedras e bombas incendiárias.
A vigilância no campo de refugiados ganhou reforço, temendo um surto de violência nas próximas horas. Com as vítimas desta segunda-feira, já são quatro palestinos mortos em ataques israelenses em uma semana.
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