sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Alvo de retaliações islamistas, Igreja Copta reafirma apoio ao Exército

CAIRO —A Igreja Ortodoxa Copta do Egito reafirmou nesta sexta-feira seu apoio às forças de segurança do país, ao final de mais um dia de ataques cometidos por partidários da Irmandade Muçulmana e do presidente deposto Mohamed Mursi contra prédios ligados à religião. Dezenas de igrejas, escolas e bibliotecas coptas, além de moradias, lojas e veículos pertencentes a fiéis foram destruídos esta semana por islamistas, num dos maiores surtos de violência sectária desde a queda do ditador Hosni Mubarak, em 2011
“A Igreja Copta egípcia (...) enfatiza que se mantém ao lado da polícia, das Forças Armadas e outras organizações do povo egípcio frente a grupos terroristas e de violência armada”, diz o comunicado divulgado nesta sexta-feira.
Na véspera, o ministro da Defesa e homem-forte do Egito, general Abdel Fattah al-Sissi, ordenara a reconstrução imediata de todas as igrejas danificadas com mão de obra militar e custos pagos pelas Forças Armadas. Segundo um comunicado oficial, a decisão veio em apoio ao papel dos coptas “em servir à nação”.
Há décadas os coptas são alvo de ataques cometidos por islamistas, e diversas organizações internacionais já se manifestaram contra a pouca atenção dada por diferentes governos egípcios à perseguição sofrida pela minoria cristã - cerca de 10% dos 84 milhões de habitantes do país. Em março passado, a Anistia Internacional já denunciava um avanço nas agressões a esta parcela da população sob o governo da Irmandade Muçulmana. Agora, com a Igreja Copta apoiando abertamente os militares que derrubaram Mursi, os relatos de ódio sectário se sucedem.
Contrário à Irmandade Muçulmana, mas sem declarar apoio aos militares, o grupo de defesa dos direitos dos coptas Maspero Youth Union (MYU) contou pelo menos 40 igrejas incendiadas e saqueadas em todo o país - a maior parte nas províncias de Assiut e Minya — e denunciou o assassinato de pelo menos quatro coptas por islamistas, número também publicado pelo jornal copta “al-Watan”. Nem representantes do clero nem autoridades egípcias anunciaram números sobre os ataques a cristãos.
Nos últimos dias, nove ONGs egípcias de defesa dos direitos humanos, além da ONU e da Anistia Internacional, reforçaram os pedidos para que a violência sectária não seja estimulada no país. Mas o componente político da questão, no momento, ganha força junto às diferenças religiosas.
- Não desgosto deles (os coptas) como seita ou povo, pelo contrário. Nossa preocupação é que eles apoiaram cegamente militares que nos retiraram direitos legítimos - disse ao “Guardian” um membro do alto escalão da Irmandade Muçulmana

http://oglobo.globo.com/mundo/alvo-de-retaliacoes-islamistas-igreja-copta-reafirma-apoio-ao-exercito-9592353#ixzz2cBtNTDFj

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