domingo, 6 de outubro de 2013

Confrontos deixam mortos no Egito


Pelo menos 34 pessoas morreram neste domingo (6) no Egito em confrontos entre partidários do presidente islamita deposto Mohamed Morsi, de um lado, e os anti-Morsi e as forças de segurança, segundo o último balanço do Ministério da Saúde publicado pela agência EFE. Segundo fontes oficiais, há 209 feridos. Segundo a agência Reuters, uma fonte de segurança afirmou que o número de mortos seria ainda maior: 44 vítimas.
O diretor do Departamento de Emergência do Ministério da Saúde, Khaled al-Khatib, disse à agência de notícias Mena que 30 das mortes foram registradas no Cairo, principalmente nos distritos de Mohandisin, Dokki, Ramses e do centro da cidade. As demais mortes foram registradas, respectivamente, em Beni Suef, onde três pessoas foram mortas, e outro na província de Minia, ambas ao sul do Cairo.
Os confrontos começaram depois que apoiadores e opositores de Morsi, da Irmandade Muçulmana, tomaram as ruas. Os mortos sofreram, em sua maioria, ferimentos a bala, afirmaram fontes de segurança. Os seguidores da Irmandade Muçulmana se manifestaram no Cairo e em outras cidades pedindo a queda do chefe do Exército.
Autoridades egípcias alertaram no sábado que qualquer um que protestasse contra as Forças Armadas poderia ser visto como um agente de forças estrangeiras. A Irmandade vinha fazendo protestos seguidas vezes contra as Forças Armadas, depois da derrubada do poder do presidente Mohamed Morsi em 3 de julho.
Neste domingo, a tevê estatal mostrou imagens ao vivo de multidões na Praça Tahrir e da cidade de Alexandria carregando fotos do chefe militar, general Abdel Fatah el-Sisi, e bandeiras do país. Segundo testemunhas, forças de segurança dispersaram manifestantes pró-Irmandade em Alexandria com gás lacrimogênio.
Islam Tawfik, um membro da Irmandade e jornalista, disse mais cedo que apoiadores do grupo, que tem diversos integrantes presos desde a derrubada de Morsi, estavam determinados a chegar à praça. "Os nossos que estão nas ruas hoje querem celebrar o Exército que costumava apontar as armas contra o inimigo e não seu povo", disse Tawfik à Reuters. Partidários das Forças Armadas reuniram-se na praça Tahrir para celebrar o aniversário de um ataque a forças israelenses em 1973.
"Nós queremos entrar na Tahrir e Rabaa (local de protestos e acampamento da Irmandade Muçulmana) porque não estão reservadas àqueles que apoiam o golpe", afirmou.
A Irmandade acusa os militares de liderarem um golpe e sabotarem a democracia egípcia com a remoção de Mursi, o primeiro presidente eleito livremente no país, preso após ser derrubado da Presidência.
No dia 14 de agosto, autoridades egípcias atacaram dois acampamentos pró-Morsi no Cairo, deixando centenas de mortos, para depois declarar Estado de emergência e impor um toque de recolher. Autoridades egípcias reforçaram a segurança no país após confrontos terem deixado ao menos quatro mortos na sexta-feira, quando partidários de Morsi realizavam as demonstrações mais intensas desde que seus acampamentos foram arrasados.

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