Deus usou o tempo de Rhoda na prisão para atrair muitos para seu reino. Ela foi solta após um ano em uma apelação quando a Portas Abertas a ajudou com os honorários de seus advogados e ela teve seu registro limpo. Colaboradores da Portas Abertas a visitaram em sua casa, na costa da Tanzânia, para ouvir seu testemunho.
“Um pouco antes de ocorrer o incidente”, lembra Rhoda, “eu sonhei que estava afundando em um buraco, mas eu tinha uma Bíblia em minha mão que eu segurava acima da cova e estava pregando o Evangelho apesar daquela situação. O interessante é que quando eu estava presa, a Bíblia que a Portas Abertas me trouxe fez com que todos os guardas me chamassem de pastora!”
Deus usou as “fracas palavras” de Rhoda e seis mulheres entregaram sua vida a Cristo antes dela ser libertada. “Eu aprendi que nada do que acontece a um cristão, por mais doloroso que seja, nunca é desperdiçado. Todas as experiências nos trazem bênçãos. Eu pensei mais tarde que talvez tivesse sido presa por causa daquelas seis mulheres. É claro que a conversão delas fez a dor valer a pena.”
Tudo começou em 5 de janeiro de 2012. Rhoda estava em casa com uma amiga lendo a Bíblia quando uma vizinha muçulmana veio e olhando a Bíblia, perguntou a ela: “Jesus é Deus?” Tanto Rhoda quanto sua amiga responderam: “Sim, ele é.” A vizinha iniciou uma discussão, insistindo que Jesus não é Deus, até que outros se juntaram por causa da altura de sua vozes.
“As mulheres em seguida insistiram que eu deveria jogar o Alcorão no chão se eu achasse que Jesus era Deus, dizendo que eu iria enlouquecer ou me transformar em um animal selvagem se eu fizesse isso”, ela relata.
A multidão continuou crescendo, a maioria mulheres. Rhoda foi para dentro e trancou as portas. Elas começaram a bater nas portas e janelas gritando: “Abra e urine no Alcorão ou nós iremos espancar você!”
Sem defesa, Rhoda se ajoelhou para orar. “Senhor”, ela disse, “o Senhor sabe que eu não quero fazer isso, mas elas estão me forçando. Então, por favor, dê-me forças e use tudo isso para provar que és Deus”.
Ela então abriu a porta, pegou o Alcorão das mulheres e foi até o banheiro. Urinou sobre ele e trouxe de volta a elas. Elas se recusaram a pegar dizendo “fique com seu Alcorão contaminado”, e elas o jogaram no vaso sanitário.
A multidão se dispersou e Rhoda se encaminhou para o culto de louvor do meio da semana. No caminho de volta para casa ela sentiu uma estranha urgência para tomar um caminho diferente. “Era direcionamento de Deus”, ela disse, “porque muçulmanos armados com machados, espadas e facas estavam esperando por mim naquela rota.”
“Deus literalmente cobriu seus olhos porque eu passei no meio deles, mas por uma direção diferente, e eles não concordaram se realmente era eu ou não. Curiosamente, eu não tive medo e estava quase confirmando que era eu, mas minha boca se recusou a funcionar! Eu acredito agora que Deus fechou meus lábios para salvar minha vida.”
Com toda a cidade procurando por ela, alguns irmãos da igreja a escoltaram até a delegacia de polícia. A multidão a encontrou lá e admitiu abertamente: “Nós não sabíamos que era você passando na estrada antes, você tem muita sorte de ter chegado aqui com segurança! Nós teríamos matado você lá.”
O incidente deflagrou tumultos e duas igrejas foram incendiadas na cidade. Os muçulmanos ameaçaram invadir a delegacia de polícia, mas foram dispersados e Rhoda foi posta em prisão preventiva. Ela se declarou culpada e foi sentenciada a dois anos de prisão.
Ela relembra o grande suporte que recebeu da Portas Abertas enquanto prisioneira. “A visita encorajou grandemente meu coração e eu sabia que Deus não havia me esquecido.”
“Na prisão eu tive um sonho em que o Senhor me disse, ‘Não tenha medo Rhoda.’ Ele então me instruiu a abrir em Apocalipse 3.8 - ‘Eu conheço suas obras. Eis que coloquei diante de você uma porta aberta que ninguém pode fechar. Sei que você tem pouca força, mas guardou minha palavra e não negou meu nome.”’ Ela viu que este era um sinal de que ela logo seria liberta.
“Eu não chorei, mesmo quando estive em perigo, quando fui presa, e nem durante a audiência e mesmo durante a prisão. Mas, no dia que eu caminhei como uma mulher livre, eu chorei! Eu estava tão alegre que somente lágrimas poderiam expressar minha gratidão ao ver como Deus havia lutado por mim.”
Deus protegeu e honrou Rhoda pelo seu tempo na prisão com carcereiros e detentos se referindo a ela como “pastora”. “Eu só encontrei bondade em cada turno”, ela recorda, “elas também constantemente insistiam para que eu não dormisse até eu ensinar a elas sobre a Bíblia.” Ela conseguiu grande força por meio da Bíblia, particularmente com as histórias de sofrimento e aprisionamento de Paulo e Silas por sua fé.
Felizmente, o caso de Rhoda foi esquecido pelos muçulmanos em sua cidade, e livre de mais perseguições, ela olha para o futuro. Corajosa, humilde e firmada na fé, ela agora anseia por utilizar seus dons espirituais de oração e ensino, esperando se juntar ao ministério da Escola Dominical de sua igreja e prosseguir com a educação superior.
Atualmente, vive com o apoio de uma família cristã, e está interessada em encontrar sua mãe assim como seu pai e irmã, que agora sabem que ela é cristã e não querem nada com ela.
Embora a maioria da população da Tanzânia continental seja cristã, o percentual de muçulmanos parece estar crescendo; especialmente jovens muçulmanos parecem estar vulneráveis à radicalização. A Tanzânia ocupa a 49º na Classificação da Perseguição Religiosa .
Rhoda se mantém destemida. “Por tudo isso, Deus me mostrou que se os cristãos negam a Cristo em frente às pessoas, ele irá negar-nos também. Se nós o reconhecemos, ele irá nos reconhecer perante o Pai no céu. Não tenha medo de testificar perante as pessoas, mesmo se forem hostis, Deus luta por si só.”
*Nome alterado para a segurança da cristã.
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoJussara Teixeira
http://www.portasabertas.org.br/noticias/2014/04/3102671/
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