Mostafa Bordbah foi solto no último domingo (03). Ele estava na prisão Evin, em Teerã, acusado de participar de uma "organização antissegurança" e "reunir-se com a intenção de cometer crimes contra a segurança nacional iraniana".
Bordbar foi preso em dezembro do ano passado, durante as celebrações de Natal, e condenado em julho. Ele foi detido por um total de onze meses. Em 30 de outubro, na audiência de apelação do caso, ele foi inocentado de todas as acusações.
O Irã está sob crescente pressão da comunidade internacional por conta de seu histórico em relação aos direitos humanos, incluindo o número de presos políticos e outros prisioneiros de consciência.
Em setembro, duas cristãs foram libertadas, uma decisão bem vista internacionalmente. Mitra Rahmati e Maryam Jalili estavam se aproximando do final de suas sentenças, quando foram liberadas, pouco depois do primeiro discurso do novo presidente Hassan Rouhani à Assembleia Geral da ONU em Nova York.
No dia 18 de setembro, a embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, celebrou em sua conta do Twitter a libertação de prisioneiros iranianos. "Mas isso está longe de ser suficiente", escreveu ela. "Todos os que estão desaparecidos ou detidos injustamente, incluindo Amir Hekmati, Saeed Abedini e Bob Levinson, devem ser libertos também."
Hekmati está aguardando novo julgamento no Irã sob acusação de espionagem. Levinson foi sequestrado no Irã, em 2007, e acredita-se que permanece sob custódia do governo. Enquanto isso, Abedini, um cidadão americano, nascido no Irã, e pastor, cumpre oito anos de prisão por seu trabalho missionário. Abedini chegou a escrever a Rouhani pedindo justiça e liberdade.
Pelo menos 300 cristãos foram presos nos últimos três anos no Irã. As acusações mais comuns são ações contra a segurança pública e propaganda contra o regime. Muitos desses cristãos foram presos por participar de "igrejas domésticas".
"Ao lançar essas acusações contra os cristãos, tanto o governo como o judiciário cometem um erro de Direito porque as reuniões cristãs servem apenas para que eles adorarem a Deus juntos, leiam e estudem a Bíblia; nada tem a ver com o regime. Eles não têm o objetivo de realizar qualquer atividade de cunho político. Portanto, estes julgamentos são equivocados", afirmou o advogado de direitos humanos Attieh Fard ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Fard pediu ao presidente Rouhani para que ele honre as promessas feitas na ONU, em Nova York, libertando os 42 cristãos presos e os outros 45 que aguardam julgamento. A vitória de Bordbar no tribunal aconteceu uma semana após outros quatro cristãos iranianos serem condenados por acusações semelhantes.
FonteWorld Watch Monitor
TraduçãoAna Luíza Vastag
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