Um muro está sendo construído em Beit Jala, próximo a Belém, para separar cristãos no vale palestino de Cremisan. A construção é feita pelo Ministério da Defesa de Israel e foi retomada há dez dias, depois que os tribunais autorizaram a obra.
As comunidades cristãs tentaram impedir a construção do muro, mas a justiça negou o pedido. Os moradores voltaram a ver o maquinário pesado arrancando as oliveiras centenárias para preparar o terreno.
“Israel tirou ontem suas escavadeiras, e o exército começou a arrancar oliveiras milenares para construir o muro. É uma tragédia para a natureza, uma tragédia para a comunidade cristã e uma tragédia para o povo palestino da região de Belém”, denunciou o padre Ibrahim Shomali, da Igreja da Anunciação de Bet-Jalla.
Em entrevista à agência EFE, o religioso afirmou que o exército israelense “planeja arrancar milhares de árvores” para então levantar o muro sem antes entregar aos proprietários das terras um mapa com seu traçado. A falta de documento, segundo o padre, seria para impedir que eles recorram aos tribunais novamente para barrar a obra.
O muro é um projeto de dez anos e desde então os moradores de Bet-Jalla tentam impedir que ele seja construído. A Suprema Corte chegou a barrar a obra, mas no mês passado a renovação da decisão não foi feita e o Ministério da Defesa voltou a enviar trabalhadores para continuar o projeto da barreira de separação.
Os moradores reclamam que oliveiras de mais de 1.500 anos de antiguidade foram arrancadas e ainda denunciam que o muro irá isolar 3.500 quilômetros quadrados de suas terras. O impacto não é só histórico, mas também ecológico pois a região é a mais verde do distrito de Belém.
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